quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Agora vai

Ou: a retrospectiva que eu me prometi e não quero deixar de cumprir.

Juro pra vocês que eu não tinha a intenção de voltar a postar até começar meu típico especial de ano novo, mas depois do fiasco do último post (em que eu prometi fazer uma retrospectiva de 2015 mas acabei só reclamando da vida) achei que devia essa a mim mesma. Não parei pra pensar no que esse ano representou na minha vida até agora, e não sei se consigo passar para o próximo sem passar as ideias por escrito.

Vou resumir um mês de cada vez, então senta aí que a conversa vai ser longa e louca.

Janeiro foi o mês em que eu mais rendi no quesito "livros". Li a coleção inteira de Hush Hush e provavelmente reli a de Percy Jackson, como é de praxe sempre que eu termino uma saga. Na verdade, apenas em janeiro eu li mais livros do que no ano todo. Shame on me.
Foi nesse mês que eu fiz o primeiro machucado sério do ano (coisa que geralmente acontece durante as aulas, na educação física, quando eu invento de jogar basquete). Estava fazendo algo que eu não vou contar aqui porque todo mundo ri quando eu falo na piscina e aconteceu uma coisa estranha com o meu braço. Não sei o que foi, só sei que tomei uma semana de anti-inflamatório e fiquei um mês sem conseguir mexer o braço, mais um e meio com bastante dor. Alguém me traz um prêmio.
Foi também o mês em que caiu a ficha de que hm, Ensino Médio está aí. Foi o primeiro mês na minha vida em que eu comecei a me preocupar com escola mais tardiamente. Foi, num geral, um mês bem parado e chuvoso, mas provavelmente o melhor do ano todo.

Em fevereiro, as aulas começaram. Fui para uma turma nova em que não conhecia quase ninguém, me apaixonei pelos conteúdos das áreas de humanas e biológicas, peguei birra de matemática e completei 15 anos (o que não tem absolutamente nada a ver com a escola, mas é sempre bom frisar). No começo do mês estava tudo bem bom, mas felicidade de pobre dura pouco e lá para o final eu já estava surtadinha de novo. Acho que foi mais ou menos nesse mês que meu ano começou a desandar.
Peguei uma virose linda e tive a primeira crise de sinusite do ano - e, só para constar, dos últimos oito anos. A gente pensa que se livra do problema, mas ele sempre volta pra aumentar nosso papel de trouxa.

Em março eu entreguei geografia, matemática e física na mão de deus. Tive minha festa de 15 (que não foi bem festa, mas eu amei mesmo assim), peguei outras duas viroses e tive outras duas crises de sinusite (!!) no intervalo entre elas. Foi nesse mês em que eu respirei fundo, contei até 10, ouvi Taylor Swift e pensei "é, 2015 não vai ser o meu ano".

Em abril eu tive minha primeira festa de 15 (outro fato não importante mas que eu quero frisar), tive mais uma virose (essa me deixou de cama durante uma semana) seguida de mais uma crise de sinusite (queria estar brincando mas não estou) e comecei a rezar todos os dias pro ano acabar logo. O primeiro trimestre mal tinha acabado e eu já estava na contagem regressiva para as férias de julho.

Maio foi... Não lembro. Não foi tão importante, acho. Mas foi mais ou menos por aí que eu comecei a fortalecer os laços com as meninas da minha sala e afrouxar os com as melhores da outra turma. Foi quando eu percebi que não era a mesma coisa, e que nunca voltaria a ser. Doeu, mas eu sobrevivi. Mais ou menos.
Mentira, forcei pacas e acho que elas se cansaram de mim.

Junho eu tive amidalite (!!) depois de três anos sem (mas já era esperado, eu sempre tenho problema na garganta durante junho). Mais anti-inflamatório, viva eu! Tive a melhor festa da minha vida, que me fez dormir até às 16h e perder a Festa Junina do colégio (e essa é a minha data favorita, depois do meu aniversário). Quase chorei de alívio quando entrei de férias, porque não tava dando. E foi isso de especial.

Julho não teve nada. Eu passei o mês inteiro fazendo vários nada e agradecendo a Não Sei Quem por ter inventado as férias. Que coisinha maravilhosa, não?

Agosto foi um tapa na minha cara. As férias me deixaram muito molenga e, apesar dos avisos do meu professor titular, eu não utilizei os últimos dias pra voltar ao ritmo. Cheguei na escola e fui atropelada por física - primeira recuperação do ano. Dois vivas pra mim! Chorei muito por não estar dando conta da escola, mas as três matérias já citadas continuaram completamente na mão de deus.

Em setembro eu não aguentava mais ouvir falar em português, física, geografia e matemática. Começou o último trimestre, e eu passei o mês inteiro sentindo que havia um rolo compressor andando sobre a minha cabeça. A quantidade de trabalhos dobrou, e os conteúdos estavam muito mais complicados do que eu me lembrava. Só conseguia me falar "bem feito", porque eu sabia que aquilo era o Ensino Médio de verdade e agora estava apanhando por todas as péssimas escolhas que tinha feito lá no começo.
Gente, se alguém aqui ainda estiver no Fundamental, tenho uma dica: os primeiros meses do 1º ano são os que vão te erguer ou afundar no Ensino Médio inteiro. Se, desde o começo, você criar uma rotina de estudos, se esforçar e se garantir, vai que é tua, Tafarel. Mas se você fizer que nem eu e ir empurrando com a barriga e prometendo no próximo trimestre eu estudo, colega... No fim do ano você não passa nem em Religião (true story).

Em outubro eu só tava rezando pro ano acabar. Foi quando percebi que biologia não era tão minha cara que nem eu pensava ser, que não ia passar em matemática nem física e que nunca poderia confiar na Dilma se ela não proibisse o ensino de logaritmo nas escolas. Faltando um mês para o fim do ano, férias so close yet so far, eu já havia desistido de fazer valer a pena. Não era agora, na reta final, que eu conseguiria mudar meu comportamento do ano inteiro. Mesmo se conseguisse, já estava enterrada na maior parte das matérias.
No quesito saúde, eu tive uma crise de rinite ferrada que mais parecia gripe do que qualquer outra coisa. Mas não, era rinite. Eu sei porque durou uns quatro dias.
Meu olho ficou tão inchado que parecia que eu tinha passado sete dias chorando depois de ter levado um soco do Chuck Norris. Primavera, né? Odeio essa época do ano.
Além disso, meu celular quebrou. Não tem muito a ver com saúde, mas ele era parte de mim. Estou sem até agora e aceitando doações.

Novembro veio, foi e eu nem senti. Esse foi certamente o mês em que eu mais me desliguei do mundo e da vida. Não tinha mais forças para estudar, me esforçar ou ficar feliz. Sério, foi o pior mês do ano. Me surpreendi por ter ficado em quatro recuperações, e não foi uma surpresa ruim

Dezembro passou rapidinho. Fiz as recuperações (e entreguei na mão do Conselho porque de 4 eu só recuperei 1), reli meu livro favorito e esperei pelo pior. Graças a mim mesma, não reprovei. Precisa ficar em, no mínimo, quatro objetivos (long story que eu não vou contar a não ser que me perguntem) pra ir pra Conselho, e eu fiquei com três. Passei direto.

Agora estou aqui, apenas esperando o ano acabar pra poder realmente dormir tranquila. Perdi as contas de quantas vezes desabei durante o ano, quantas vezes achei que não ia aguentar e quantas vezes repeti que "não vai rolar ter outro ano que nem esse". 2015 foi pesado, triste e provavelmente o pior da minha vida. Agora, relembrando mês a mês, eu não consigo achar o equilíbrio entre momentos ruins e bons. O lado das trevas venceu.

Estou aproveitando meus últimos 14 dias de pensamento negativo porque pretendo forçar 2016 a ser melhor. Não me interessa se estou sem celular, sem psicológico e sem vontade de viver. Não me interessa se vai ser um ano ainda mais cheio e cansativo do que esse. Não me interessa nada, a não ser que VAI ser melhor. Porque se for pra ter outro 2015 eu prefiro parar no tempo.

Mais um assim não rola.

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