domingo, 31 de janeiro de 2016

Cinco formas de complicar tudo da pior forma possível

  1. Se odeie. Quando se olhar no espelho, faça questão de destacar apenas aquilo que há de pior em você, e engula qualquer elogio que surgir em sua mente. Lembre-se: você não deve ter amor próprio.
  2. Coloque o bem-estar de outros acima do seu próprio. Quando estiver num relacionamento afetivo, busque sempre priorizar o outro. Está tudo ruim porque seu namorado não tem controle sobre as próprias emoções e costuma botar o peso do mundo nos seus ombros? Não termine a relação. Sua namorada tem ciúmes até da sua sombra e a falta de confiança nela em você está começando a prejudicar sua vida fora do namoro? Permaneça com ela. Lembre-se: além de ter que lidar com seus próprios problemas, você sempre deve resolver os dos outros também.
  3. Deixe que as pessoas te usem para alcançar os próprios objetivos. Não seja ambicioso, não siga seus sonhos. Sabe aquele colega que usa suas conexões para subir na vida? Deixe que ele faça isso. Sabe aquela pessoa que finge ser sua amiga porque está interessada em alguém próximo de você? Não se afaste dela. Lembre-se: colocar sua vida em primeiro lugar é o pior erro que você pode cometer.
  4. Quando sentir a necessidade de fazer algo que parece um tanto trabalhoso, deixe a preguiça falar mais alto. Esse ponto é importantíssimo! Seu desejo profundo de visitar os parentes que moram do outro lado do país deve ser superado pela falta de vontade de organizar a viagem. Quando te der vontade de ir para uma das festas que seus amigos te falam tanto, foque na sua preguiça de se arrumar de forma adequada. Lembre-se: qualquer coisa que te dê o mínimo de trabalho, mesmo que você saiba que te fará bem, deve ser evitada.
  5. Querer ser feliz em meio a uma situação ruim é egoísmo. Quando estiver acontecendo algo de ruim na sua vida, você deve permanecer triste até que ela acabe. Se a situação ruim não tiver fim, como a morte de um parente, você não deve ficar feliz. Não pense no seu bem-estar emocional, não tente ver o lado bom da situação, não queira seguir em frente com a sua vida. Lembre-se: se existe alguém sofrendo ao seu redor, você deve sofrer junto. Mesmo que saiba que a pessoa jamais faria o mesmo por você.
 Siga essas dicas à risca, e você nunca mais terá uma vida descomplicada!

Esse post surgiu do item 88 da lista de "642 coisas sobre as quais escrever". Adaptado.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Ed Sheeran book tag

Depois de terminar de fazer o último post de tags, eu corri para encontrar mais tags pra responder. Se eu soubesse que era tão legal assim, gente, teria entrado nessa vida há muito tempo.

(Ok, momento da verdade: eu tenho, mais ou menos, 3516484767 posts de tags nos rascunhos apenas esperando para serem publicados. É conteúdo pro ano inteiro e deve sobrar pra 2017, pessoal. Se tudo der certo, esse ano eu faço o BEDA e deixo algumas tags pra agosto, ou eu nunca mais vou precisar responder nada no Entrelinhas, porque a gente tem post pra sempre.)
1. Take it back: um livro que você se arrependeu de ter comprado.
Sem sombra de dúvidas, Guerra dos Tronos, do George R. R. Martin. Pra quem não sabe, esse é o primeiro livro da série As Crônicas de Gelo e Fogo, que recentemente (leia-se: há cinco anos, mas isso é bem recente pra mim) foi transformada em série.
Acredito quando me dizem que o livro é maravilhoso e que a adaptação também vale muito a pena. Não ligo quando amigos começam a conversar animadamente sobre qualquer coisa que aconteça durante a história. Sorrio quando vejo alguém marcando outro livro da coleção como lido no Skoob. Mas não adianta, gente. Não houve química entre nós.
2. One: o primeiro livro que te marcou.
Como todo mundo já espera (ou não), a resposta é O Ladrão de Raios, primeiro livro da saga Percy Jackson & Os Olimpianos. Claro que eu me lembro de outros títulos lidos antes desse, mas não há nenhum que eu seja capaz de contar, capítulo por capítulo, o que acontece - coisa que eu sou capaz de fazer com todos os livros de Percy Jackson. 

3. Kiss me: um livro que tenha um personagem que você se apaixonou loucamente.
O Resgate do Tigre, segundo livro da série A Maldição do Tigre, de Colleen Houck. Caí de amores por Kishan, o irmão selvagem e romântico do protagonista.
(Abro um parênteses para alertar que eu recomendo, sim, esse livro, mas nem tanto. É bem clichê e a mitologia não é tão trabalhada quanto poderia. Mesmo assim, eu li aos 13 anos e me apaixonei perdidamente.)
Precisei me segurar para não citar o Leo de Fazendo Meu Filme, porque esse livro já será citado num dos próximos itens. Fica aqui o shout out, no entanto.

4. The A Team: um livro que faz parte do seu top 5 da vida.
Vale citar o top 5 inteirinho? Se não valia antes, agora vale.
1) Sorte Ou Azar?, Meg Cabot.
2) A Maldição do Titã, Rick Riordan. (De todos os livros de PJO, esse é o meu favorito)
3) Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, J. K. Rowling. (De todos os livros de HP, esse é o meu favorito)
4) Fazendo Meu Filme 4, Paula Pimenta. (De todos os livros de FMF, esse é o meu favorito)
5) Em Chamas, Suzanne Collins. (Vocês entenderam)
SOA é, com toda a certeza, o primeiro. Depois dele, a ordem não importa muito, amo todos igualmente.

5. The City: um livro que se passa em alguma cidade que você ama
E aqui está o item de Fazendo Meu Filme
O segundo livro da coleção se passa na cidade de Brighton, na Inglaterra. Acho o lugar muito bonito e morro de vontade de conhecer - inclusive tenho uma história habituada lá, mas isso é segredo.

6. One Night: um livro que você virou a noite lendo.
Harry Potter e As Relíquias da Morte. Entrei no quarto chorando porque era o último livro da saga e só parei de ler, aproximadamente, às 6h da manhã, chorando ainda mais e sem tem certeza se superaria aquele final.

7. Let it Out: um livro que assim que acabou fez você sentir que precisava conversar com alguém sobre.
Os 13 Porquês, de Jay Asher. Quando terminei o livro pensei em escrever um post sobre, mas não me veio nada e eu acabei deixando quieto. Só sei que, durante umas boas semanas, tudo que eu conseguia pensar era em como nossa vida pode afetar a dos demais, mesmo quando não temos essa intenção. Foi a primeira vez em que eu realmente parei para pensar no que estava por trás da história.

8. You Break Me: um livro que te deixou bem mal.
A Esperança, da Suzanne Collins. Me deixou muito mal porque além da Katniss ter perdido tudo e todos, ela ficou meio pancada da cabeça e se obrigou a casar com o Peeta e ter filhos, simplesmente porque parecia certo ou porque ele queria. Isso acabou comigo.

9. Smile: um livro que te deixou bem feliz.
Claro, óbvio, que foi Sorte Ou Azar?. Eu começo aquele livro com um sorrisão na cara, derrubo algumas lágrimas no processo e depois termino rindo que nem boba, com o coração mais leve. Não é à toa que esse lindinho leva o título de meu livro favorito.

10. I Can't Spell: um livro ou autor que você não consegue pronunciar o nome.
O nome da Sarah Pinborough, autora da trilogia Encantadas. Juro pra vocês que nem sei por onde começar a falar o nome dela.

Como essa tag é relativamente nova, vou indicar três pessoas que ainda não fizeram: Ana, Analu e Beca. Quem quiser fazer mesmo sem a indicação, fique a vontade. Quanto mais gente, melhor!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Oito anos

Querida eu aos oito anos de idade,

Agora, com o dobro de sua idade, eu vejo as coisas de maneira completamente diferente.

Em primeiro lugar, o teatro não é a sua vida, e você não vai continuar nele até se formar no colégio. Na verdade, ao longo dos próximos anos, você pensará diversas vezes em desistir. Vai ter desentendimentos com o professor (o último deles te levará a sair), com atrizes que continuarão até depois de você resolver parar e com colegas que verão que teatro também não é a vida delas. Quando perceber isso, tente não se sentir mal por estar jogando tantos anos fora. Depois de algum tempo, não fará mais tanta diferença.

Pessoas vêm e vão na sua vida. Algumas parecem que chegam e durarão a vida inteira, mas não passam de meras figurantes. Outras, você nem pensa a respeito, mas em breve se tornarão mais importantes do que você imagina. Sua melhor amiga vai embora em poucos meses, mas vocês continuarão se falando (mesmo que circunstâncias as afastem durante anos), mesmo que a frequência diminua com o passar do tempo. O seu crush atual vai virar seu amigo, e depois desaparecer (de maneira figurada). Ah, essa palavra, crush, você vai aprender num futuro um pouco distante. Acho que me precipitei ao colocá-la aqui.

Por falar em paixonites, a primeira que você teve não te levou a lugar nenhum. Ainda não aconteceu, só veio aos 9 anos, mas também não vai durar tanto tempo assim. Depois de um tempo vocês vão se afastar e se tornarão completos estranhos, mas você não vai ligar para isso. De uma maneira que apenas nós entendemos, essa distância te fará bem. Pouco a pouco, você vai parar de ligar.

Você está prestes a atravessar anos duríssimos. Queria te dizer para ser forte, mas acho que isso é demais para uma criança tão pequena. Problemas surgirão, e você vai ter que lidar com ele. Para não dizer nada errado, te digo apenas para ser você.

Por fim, quero avisar de antemão que o Ensino Médio não é tudo aquilo que você sempre sonhou. Na verdade, a adolescência num geral não chegou nem perto de atingir as suas expectativas. Mas você vai aprender muitas coisas importantes e conhecer muitas pessoas valiosas, o que até te ajudará a passar por esses péssimos anos. Viva cada coisa no seu tempo.

Às vezes, queria voltar para essa época. Mas acho que não dá mais tempo.

Com carinho,

Você.
Esse post surgiu do item 96 da lista "642 coisas sobre as quais escrever".

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Gentileza é fundamental

Quando eu estava na quinta série, meu professor de Filosofia passou essa música do Lenine em sala de aula e fez uma super reflexão a respeito dela. Durante todo o ano e em algumas séries seguintes, gentileza foi um tema bastante abordado em várias matérias, e sempre rendeu altas discussões cheias de exemplos pessoais e reclamações. Acho que qualquer pessoa que tenha estudado comigo estremece só de escutar "all my life I've been waiting for...", porque é impossível não lembrar do vídeo lindo e sentir um calorzinho no peito. E não acho que eu seja a única que ainda não superou o filme A Corrente do Bem, que nós assistimos numa manhã e me fez chorar durante um bom tempo.

Mas claro que não era sobre isso que eu queria falar.
Era sobre isso que eu queria falar.

Eu sou essa pessoa que segura a porta aberta quando vê que mais alguém vai entrar junto, ou quando está com amigas e deixa elas passarem na frente, ou quando está saindo de um lugar e percebe que tem gente entrando (e vice-versa). Eu sou essa pessoa que fica agradecida quando alguém faz o mesmo por mim, porque gentileza nunca é demais e sempre melhora nosso dia.

Mas gentileza só pode ser considerada uma gentileza quando é feita sem segundas intenções, naturalmente, apenas para ajudar uma pessoa ou facilitar a atividade dela mesmo que seja uma desconhecida.

Gentileza é tipo caridade. Você não deve fazer esperando algum retorno, porque não é esse o espírito da coisa. Você deve fazer porque não custa nada segurar o elevador para o moço que está cheio de sacolas de mercado, porque você só vai gastar um segundo se segurar o portão do prédio e deixar aquela família sair antes de você entrar, porque é desnecessário entrar no banheiro da escola e soltar a porta na cara da sua amiga que estava te acompanhando. 

Essas pequenas atitudes educadas nós não devemos fazer esperando despertar o interesse da pessoa que nos acompanha. Não são feitas para facilitar seu caminho até as roupas íntimas de alguém. São apenas pequenas ações no dia a dia que nós realizamos para transformar o mundo num lugar melhor, começando nesses ambientes familiares que frequentamos todos os dias.

Gentileza é fundamental. Mas gentileza feita para conseguir algo em troca não é educação, é só oportunismo.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Latinos não são megafones. Favor não confundir.

Deviam ter colocado Luke num banquinho. Metade da cara dele sumiu.
 Eu sou apaixonadíssima por Modern Family. Quero começar o post apontando isso para que não vejam o que eu estou dizendo como a visão de uma hater sobre a série, e sim que levem tudo como a visão de uma sobre a série.

Fazendo jus ao nome, Modern Family conta a história de uma família moderna que possuí três núcleos: os Dunphy, que são Claire (a mãe), Phil (o pai) e os três filhos Haley, Alex e Luke; os Tucker-Prichett, que são Mitchell (Prichett, irmão de Claire), Cameron (Tucker) e a filha adotiva deles Lily; e os Prichett, que são Jay (pai de Claire e Mitchell), Glória (segunda esposa de Jay) e Manny (filho de Glória). Os episódios seguem situações vividas pela família tanto em suas vidas pessoais quanto no âmbito familiar.

Agora vamos ao que interessa. Glória é uma mulher colombiana, interpretada por Sofía Vergara, e descrita durante a série como cabeça quente, dramática e "gritalhona". Inclusive, Glória diz que é loud porque é latina. 

(Abro um parênteses aqui para apontar que a própria atriz ajudou na construção da personagem, já que os roteiristas não souberam fazer a pesquisa completa, e está 100% de acordo com os estereótipos. Uma pena que a maioria das outras pessoas não está.)

Em mais de um episódio, Glória demonstrou tomar decisões precipitadas em diversas situações porque seu sangue ferve com facilidade. Ao falar no telefone com parentes, ela tem o costume de gritar e ofender a eles com palavrões em espanhol. Quando descrevem a cultura da Colômbia, dão ênfase especial nas partes agressivas. Perdi a conta de quantas vezes Glória diz que lidava muito com traficantes (por exemplo) em seu país. Isso sem contar que a personagem em si é extremamente sexualizada, e alvo de muitos comentários machistas vindos de outras mulheres (geralmente da Claire).

Basicamente, o povo latino - e vale aqui lembrar que é chamado de latino quem é ou descende de países latino-americanos, incluindo brasileiros - é passado como um monte de traficantes/criminosos/vândalos, que provém de países com cultura estranha (como é bem destacado num episódio de Natal em que Jay ofende as práticas natalinas colombianas que Glória tenta trazer para a casa) e gente esquisita. 

Ah, e a Glória também é descrita como péssima motorista. Coincidência, né?

Não preciso dizer o quão ofensivo e prejudicial essa imagem é para nós, certo?

Um estudo feito pela National Hispanic Media Coalition a respeito desses estereótipos aponta que muitos não-latinos nos Estados Unidos usam termos como "menos educados" para descrever os latinos que lá residem, além de acreditarem que eles têm filhos demais (como se fosse problema de alguém além dos pais), se recusam a aprender inglês (como se fosse problema de qualquer um além deles mesmos) e tiram o trabalho dos americanos (acho que não vivemos no mesmo planeta). Essas ideias são frequentemente repassadas pela mídia, e abraçadas facilmente pela população.

Num dos únicos episódios que a série fez "tentando" desconstruir a ideia negativa que todos tinham da Colômbia, Jay aparece para Glória com duas passagens para a cidade natal dela e se mostra disposto a colocar de lado os estereótipos e conhecer a cultura colombiana pessoalmente. Logo em seguida, Glória aparece dizendo que não queria fazer aquela viagem, porque tudo o que Jay via de negativo em sua cidade era real.

Além da série tratar xenofobia como piada diretamente, faz isso também de forma indireta com a personagem Lily, filha de Cameron e Mitchell. 

Lily aparece já no piloto de Modern Family como a filha adotiva vietnamita dos Tucker-Prichett. Nas primeiras temporadas, ela foi interpretada pelas gêmeas Ella & Jaden Hiller, mas por decisão dos pais das meninas ambas foram substituídas por Aubrey Anderson-Emmons na terceira temporada.

Num episódio, Lily é convidada para fazer parte de um comercial e Cameron e Mitchell vão às gravações. Lá, eles percebem que a coisa toda é só uma grande ofensa à cultura japonesa, e Cam dá uma super lição de moral nos produtores dizendo, entre outras coisas, que aquilo tudo era um tanto racista e que "lily é vietnamita, não japonesa" e que o diretor não saberia a diferença porque via as duas crianças como "estereótipos intercambiáveis", não seres humanos.

E então ele vai até o palco onde Lily e um garotinho estavam sentados, pega a criança e sai.

Exceto que ele pega a criança errada.

Num dos únicos episódios em que a série teve a chance de demonstrar que os asiáticos não são todos iguais e racismo não é piada, obviamente a parte importante foi transformada em piada.

Esse episódio, em que Cameron diz exatamente que "lily é vietnamita, não japonesa", é um dos que me deixa mais chateada na série inteira. A intenção de demonstrar aquilo que eu disse, que asiáticos não são todos iguais, foi por água abaixo muito antes do roteiro sequer estar pronto. Foi por água abaixo na escalação das atrizes que interpretariam a Lily.

Os pais das gêmeas Ella e Jaden contaram numa entrevista à Woman's Day que viram um anuncio no Craigslist procurando por gêmeas idênticas asiáticas. Nessas palavras.

Ella e Jaden são descendentes de filipinos, e Aubrey (que substituiu elas) possuí ascendência coreana. Essa escolha de atrizes fez com que qualquer tentativa de derrubar certos estereótipos a respeito de asiáticos virasse uma grande ironia. Uma grande piada.

Me dói ver que uma série tão fofinha, com tanto potencial para quebrar tabus, tenha acabado por se tornar um poço de xenofobia e preconceito, que ultrapassa a barreira racial e atinge vários outros assuntos. 


Não quero me prolongar demais no post que já ficou bem maior do que eu esperava, então vou problematizar a falta de representatividade negra, o machismo e os estereótipos ofensivos a respeito de gays e lésbicas numa outra oportunidade. Deixo aqui essa postagem para expressar minha raivinha ao ver temas sérios sendo tratados como piada pela mídia. Tantos programas por aí têm oportunidades perfeitas para conscientizar a população, mas preferem usá-las para satirizar pessoas porque isso não faria com que eles perdessem audiência. 

Para não dizer que não falei das partes boas, deixo vocês com esse gif gracinha da Alex e da Haley, as duas irmãs mais fofas de Modern Family.

Se juntassem as duas numa pessoa só, dava eu.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Eu quero te amar

Ou: por favor, facilita as coisas pra mim e fica mais legal. Não quero desistir.

Ganhei 7 livros de natal. A trilogia de Halo, a saga Encantadas e um livro chamado As Treze Relíquias que no Skoob é marcado como o livro um de uma saga, mas já está fazendo aniversário de 3 anos e claramente não terá nenhuma continuação. 

Como eu estava ansiosíssima para ler Halo há tempos, foi o primeiro livro que abri em 2016, ainda no dia 1º. Fiquei animadíssima quando vi que a narração contrastava maravilhosamente com a de Belo Desastre, que foi meu último livro lido em 2015 (aliás, detestei), falando bastante da personagem, seu psicológico e fazendo muitas comparações da vida dela na Terra com a vida no Céu. Achei a mitologia muito bem construída e estava adorando tudo.

Para não dar spoiler desnecessário, vamos apenas dizer que, depois de uns 20 capítulos na mesmice, a autora finalmente decide colocar um elemento para deixar a história interessante e falha nisso. Falha miseravelmente.

Em português simples: amei a história, odiei o livro.

Como eu não queria desistir na metade e achava que as coisas melhorariam, terminei de ler o livro (levei 5 dias no total, mais do que o dobro de Belo Desastre) e já pulei para o segundo. Sabe quando o desespero para amar um livro é tão grande que a gente se obriga a ler durante horas para ver se sai do lugar? Porque talvez não tenha dado o clique ainda, mas, se eu tentar com mais vontade, talvez a gente se engate numa relação maravilhosa e faça valer a pena.

Agora devo estar no capítulo 5 ou 6, nem na página 100 ainda, com vontade de jogar o livro pela janela porque (não posso falar o motivo mas vamos fingir que eu contei) mas não pensando em desistir. Depois desse temos apenas mais um, e aí eu posso passar uns dias mergulhada em Gregório Duvivier que é pra ver se meu ânimo melhora.

Já comecei o ano fazendo ótimas escolhas, vejam só.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Taylor Swift book tag

Ou: postando com dois anos de atraso simplesmente porque deu vontade.

Uma das minhas resoluções de ano novo foi variar mais os temas dos posts do blog. Para iniciar essa árdua tarefa de parar de reclamar da vida e começar a dar conteúdos mais interessantes, escolhi uma tag bem antiga (lá de meados de 2014) mas que homenageia duas paixões: Taylor Swift e livros.

(Abro um parênteses para deixar claro que eu sei muito bem que minha fave é problemática, ninguém precisa tocar nesse assunto nos comentários. Afinal, aren't we all?)

Red (escolha um livro com a capa vermelha): escolhi Fazendo Meu Filme 2, da Paula Pimenta (que em fotos não parece tão vermelho assim, mas eu juro que é).

We are never ever getting back together (um livro ou série que você estava amando, mas que depois você decidiu que queria "terminar" com ela): eu tinha duas séries para citar, mas vou de Os Imortais, da Alyson Noel. Li os três primeiros, lá em 2012, e depois perdi toda a vontade. A história começou a ficar muito forçada, as personagens estavam fazendo muitas coisas estúpidas sem motivo aparente e minha paciência se esgotou. Desculpa, Alyson, não foi dessa vez.

The Best Day (um livro que te deixe nostálgica): com toda a certeza do mundo, O Ladrão de Raios, do Rick Riordan. Comecei a ler Percy Jackson quando tinha 11 anos, e a série rapidamente se tornou a minha favorita. Desde que li pela primeira vez, PJO virou minha "cura" para ressacas literárias (e, ironicamente, foi a única coisa que curou minha ressaca pós-Percy Jackson). Vira e mexe eu estou relendo de novo.

Love Story (um livro com uma história de amor proibida): bati a cabeça para responder essa daqui, e acho que a resposta não é exatamente o que está sendo pedido. Escolhi A Hora Mais Sombria, quarto livro da série "A Mediadora", da Meg Cabot. Começa o relacionamento entre Suzannah (a mediadora) e Jesse, um fantasma que habita a casa dela. Não é uma relação proibida, apenas não é convencional, e provavelmente não terá futuro algum na série. Não sei, nem lembro se terminei de ler esse.

I knew you were trouble (um livro com um personagem mau, mas que apesar disso, te conquistou): agora é a hora de Harry Potter. Apesar de todos os pesares, eu adorei a construção da personagem do Voldemort. Os detalhes da vida da sua mãe, da sua própria vida, o motivo dele ser incapaz de amar... Tudo. Ele é o melhor pior personagem que eu já tive o prazer de acompanhar.

Innocent (um livro que alguém estaragou o final para você): Convergente, da Veronica Roth. Maldita a hora em que eu resolvi ler qual era o "super spoiler" do livro!

You belong with me (um livro que você está ansiosa para que seja lançado): os livros que eu estava ansiosa para serem lançados (Fazendo Meu Filme 4, Convergente, todos de Heróis do Olimpo...) já saíram, então não tenho nada no momento. Acho que escolho a coleção de A Rainha de Tearling, da Ekira Johansen. Até agora temos apenas o primeiro título traduzido, e eu quero que os outros sejam lançados para poder ler sem medo. Minha ansiedade se deve ao fato da minha pequena Emma Watson ter sido escalada para atuar no papel principal. Se é com a Emma eu tenho que ir na estreia, e para ver o filme, tenho que ler o livro. Portanto...

Everything has changed (um livro em que o personagem se desenvolve bastante): vou ter que falar de As Crônicas dos Kane, também do Rick Riordan. No primeiro livro da trilogia, os irmãos Sadie e Carter não faziam ideia de nada que estava acontecendo - ao passo que, no último, eles já são os reis do mundo. Esses estão na lista de livros que pretendo reler esse ano.

Forever and always (o seu casal literário favorito): não queria repetir livro, mas não tenho escolha. Meu casal favorito é Fanny e Leo, de Fazendo Meu Filme. Acho horrivelmente maravilhoso o fato de eles sempre terem sido o casal certo, mas no tempo errado.

Come back… be here (um livro que você não empresta, por medo dele não voltar): meu livro favorito, que é Sorte Ou Azar?, também da Meg. Não empresto e não deixo chegarem perto, porque se esse sumir eu não sei como vou fazer pra encontrar outro. Não lembro se já vi nas livrarias, já que esse definitivamente não é um dos melhores ou mais conhecidos da Cabot.


É isso, pessoal. Esses são os 10 itens da lista, e (por sorte) eu consegui citar todos os meus favoritos. 
Como essa tag não está mais sendo respondida, acredito eu, não vou indicar ninguém. No entanto, sintam-se livres para respondê-la e mandar aqui nos comentários. Falar de livros é sempre bom e eu adoro.

domingo, 3 de janeiro de 2016

A saga da gata chegou ao fim (e séries)

Acordei com o cheirinho do churrasco que meu pai fazia e dei de cara com duas notícias:

1) Tinha pão de alho;

2) A gata já estava de partida.

Aparentemente, minha prima resolveu encurtar a viagem justamente para receber a Lili o mais cedo possível. Meus irmãos não pareciam tão contentes, já estavam apegadíssimos ao filhotinho de olhos azuis (verdes?). Eu estava mais do que contente por ela finalmente estar indo embora.

Não me levem a mal, a coisinha é um doce. Nem um mês de idade e já era muito mais inteligente do que eu com uma centena de meses. Mas, mesmo assim, não posso negar que não sentiria falta alguma dos miados dela no meio da noite que me deixavam irritadíssima e com vontade de ensinar a criança a nadar.

No carro, foi um sufoco. O choro ficava alto demais para superar a voz da Anitta que nós ouvíamos no último volume (ou quase), as garras afundavam na pele da minha irmã que também berrava implorando para Lili parar, meu irmão berrava de rir da situação e eu e a minha outra irmã só cantávamos na batida e torcíamos para aquilo acabar logo. Durante alguns minutos, brincamos de fazer "shh" pra ver se a gata ficava quietinha, mas de nada adiantou. Lili é fogo.

Agora ela já está em casa, adaptadíssima e muito longe para seu choro me incomodar. Acho que essa foi a última vez que nos oferecemos para cuidar de um filhote para quem quer que seja.

Fofa, né? Nem parece que me mordeu hoje mesmo.


Mas vamos ao que interessa. O grupo Blogs Que Interagem sugeriu 3 temas para a blogagem coletiva de Janeiro, sendo o primeiro deles "séries que vou retomar em 2016". Como estou enroladíssima com várias séries há anos (literalmente anos, tem umas que o atraso vem de antes de 2015), nada melhor do que fazer um post para relembrar o fracasso que eu sou.

Vamos à lista!

1- Once Upon a Time
Essa série é meu amorzinho há quatro anos, e eu não consigo largar. Mesmo quando estou com uma temporada e meia de atraso, mesmo quando o plot é chato, mesmo quando os (d)efeitos especiais ficam tão ruins que eu tenho vergonha de admitir que assisto. Voltei a assistir ontem e pretendo estar em dia até o próximo final de semana. Que Netflix tenha paciência comigo.
(Estou com 16 episódios atrasados.)
2- Pretty Little Liars
Outra que eu vejo há quatro anos, mas muito mais esporadicamente. Faz tempo que PLL já não me encanta como costumava encantar, mas eu não tenho coragem de tirar do Banco de Séries porque foi a primeira série que eu comecei a assistir de verdade. É chata, enrolada e eu não vejo a hora de acabar, mas não dá pra largar. Desse ano o atraso não passa!
(Estou com 20 episódios atrasados.)

3- Agent Carter
Não sei qual a razão de ter colocado essa na geladeira. Eu comecei a ver no dia seguinte ao da estreia e me apaixonei por tudo. Acho que foi a preguiça...
(Estou com 4 episódios atrasados.)

4- Suburgatory
Recomendada por uma amiga há uns três anos, comecei a ver e logo de cara assisti a uma temporada e meia. Provavelmente coloquei na geladeira quando minhas outras séries voltaram do hiatus, mas agora Suburgatory já foi concluída e eu posso assistir sem medo.
(Estou com 25 episódios atrasados.)

5- Gossip Girl
Não podia faltar essa para a lista! Comecei a ver há, também, quatro anos, mas não terminei porque na época eu ainda alugava os DVD's na locadora, e com o tempo nós paramos de ir lá. Agora que a série já foi concluída, talvez seja a hora perfeita de maratonar.
(Estou com 103 episódios atrasados. Isso dá todas as temporadas menos a primeira.)


Uma sorte de 2016 é bissexto. Pena que vou precisar de uns 3 meses a mais para colocar tudo em dia.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Sobre não ser uma cat person e já ter chorado no segundo dia do ano

A gata da minha prima foi encontrada morta recentemente. Minha prima resolveu adotar uma gatinha nova. Minha irmã resolveu o problema e, depois de uma conversa confusa da qual eu não me lembro direito, a tal gata veio parar na minha casa. Chegou ontem e só vai embora na segunda.

Sem entrar em grandes detalhes porque, apesar de ser muito fofa, Lili ainda não é minha amiga, quero apenas comentar três fatos:

1) Urina de gato tem um cheiro horrível mesmo quando o gato em questão não tem nem um mês de idade.

2) As fezes voam. Não perguntem.

3) Eu tenho certeza que o miado dela é um piado e, na verdade, Lili é uma galinha com crise de identidade. 

Foi cuidando dessa gatinha que eu me descobri 110% dog person. Tenho certeza de que choro de cachorro é tão insuportável quando miado (piado?) de gato, mas eu duvido que ficaria tão mal humorada quanto fiquei nesses dois dias de 2016.

E por falar em dois dias.

Ano passado me jogaram numa sala completamente diferente da minha de 2014, o que me fez apanhar bastante para não ficar deslocada e me manter em contato com as melhores sem que parecesse forçação de barra. Mas, claro, porque eu fui uma péssima observadora, a coisa inteira foi uma gigantesca forçação de barra até o dia em que resolvi parar.

Eu não parei porque queria me afastar, tampouco porque a amizade delas já não me era importante. Foi, e continua sendo, uma parte da minha vida que eu não quero esquecer. Mas é inviável manter um relacionamento unilateral em que você é a única making moves, quando todo o resto já não faz questão nenhuma de manter laços.

Mesmo que eu tenha parado há tempos, mesmo que a gente só conversasse uma vez ou outra quando nos encontrávamos no corredor, mesmo que a última conversa de verdade que eu tive com qualquer uma delas tenha sido no começo do terceiro trimestre (mais ou menos em setembro), ver uma foto nossa ser postada em comemoração ao ano novo e saber que minha cara foi cortada doeu. Doeu bastante. E foi a primeira vez que eu chorei em 2016.

Mentira. Chorei lendo Halo e vendo um episódio de The Flash. Mas foi a primeira vez em que motivo era pessoal.

E teria continuado a chorar, se eu não tivesse me lembrado que era para esse ano ser diferente. Era para eu me desapegar de coisas que já não me faziam bem algum, para respirar fundo e contar até 10 antes de sofrer sem razão, era para fazer ser melhor. Dessa forma, engoli o choro junto com uma frase importantíssima de As Vantagens de Ser Invisível e segui em frente. Isso depois de reclamar um pouquinho, é claro, porque a foto é nossa.

But because things change. And friends leave. And life doesn’t stop for anybody.
- As Vantagens de Ser Invisível, p. 145. Só que se procurarem no livro em português, ela obviamente estará traduzida.

É nóis, Charlie.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

... Feliz ano novo.

E aqui está a segunda (e última parte) do especial de ano novo

Quebrei a cabeça pra fazer essas metas, porque não queria nada que já estivesse na lista das 101 coisas em 1001 dias, mas, ao mesmo tempo, não conseguia pensar em nada que não estivesse nela. Acho que essa brincadeira vai acabar desbancando meu especial.

Sem mais delongas, vamos às metas:

1. Beber ainda mais água, me alimentar melhor, deixar de ser sedentária.
Essa realização está presente em todas as minhas listas de metas, provavelmente. Ano passado eu consegui os dois primeiros itens, mas continuei afundando o sofá de tanto ficar sentada nele. Agora não dá mais pra fugir, tenho que mudar esse costume.

2. Me dedicar mais aos estudos.
Já falei algumas vezes de como apanhei da escola esse ano, então acho que nem preciso justificar essa daqui. 

3. Escrever mais.
E deixo em aberto. Não importa se é no blog ou fora dele, escrever mais é provavelmente a minha maior meta de todas. 

4. Cuidar mais da minha saúde.

5. Cuidar mais da minha pele e do meu cabelo.

6. Variar mais os temas dos textos do blog.
O Entrelinhas sempre foi 110% pessoal para mim, e quem me acompanha já deve ter percebido. De todos os textos publicados (e, também, os que nunca saíram do rascunho ou que foram excluídos), apenas uns três ou quatro fugiam dessa temática. 
Para acabar um pouco com essa coisa de só postar desabafos/reclamações/absurdos/metas que não serão atingidas, pretendo variar um pouco. Falar mais sobre livros, filmes, séries, músicas e Taylor Swift. Responder mais tags, fazer uns vídeos e escrever mais crônicas. Mudar o cardápio, porque comer só macarrão todos os dias também não dá.

7. Finalmente ler Orgulho e Preconceito.
Essa é uma das minhas maiores metas de vida, por favor. Todo ano penso em ler, todo ano vacilo. Já até vi o filme (sim, sem ler primeiro), jurei que pediria emprestado para alguma irmã minha e esqueci no dia seguinte. Sou um caso perdido. 


E é isso. Essas metas foram menores porque, como eu já disse, não queria repetir os itens que já estão na listinha das 101 coisas. Em janeiro de 2019, não se preocupem, voltamos à programação normal (que envolve milhares de metas que eu jamais vou cumprir).
Quem tiver um post desse jeito, pode deixar o link nos comentários para eu dar uma conferida. Um beijo e até mais.