sábado, 2 de janeiro de 2016

Sobre não ser uma cat person e já ter chorado no segundo dia do ano

A gata da minha prima foi encontrada morta recentemente. Minha prima resolveu adotar uma gatinha nova. Minha irmã resolveu o problema e, depois de uma conversa confusa da qual eu não me lembro direito, a tal gata veio parar na minha casa. Chegou ontem e só vai embora na segunda.

Sem entrar em grandes detalhes porque, apesar de ser muito fofa, Lili ainda não é minha amiga, quero apenas comentar três fatos:

1) Urina de gato tem um cheiro horrível mesmo quando o gato em questão não tem nem um mês de idade.

2) As fezes voam. Não perguntem.

3) Eu tenho certeza que o miado dela é um piado e, na verdade, Lili é uma galinha com crise de identidade. 

Foi cuidando dessa gatinha que eu me descobri 110% dog person. Tenho certeza de que choro de cachorro é tão insuportável quando miado (piado?) de gato, mas eu duvido que ficaria tão mal humorada quanto fiquei nesses dois dias de 2016.

E por falar em dois dias.

Ano passado me jogaram numa sala completamente diferente da minha de 2014, o que me fez apanhar bastante para não ficar deslocada e me manter em contato com as melhores sem que parecesse forçação de barra. Mas, claro, porque eu fui uma péssima observadora, a coisa inteira foi uma gigantesca forçação de barra até o dia em que resolvi parar.

Eu não parei porque queria me afastar, tampouco porque a amizade delas já não me era importante. Foi, e continua sendo, uma parte da minha vida que eu não quero esquecer. Mas é inviável manter um relacionamento unilateral em que você é a única making moves, quando todo o resto já não faz questão nenhuma de manter laços.

Mesmo que eu tenha parado há tempos, mesmo que a gente só conversasse uma vez ou outra quando nos encontrávamos no corredor, mesmo que a última conversa de verdade que eu tive com qualquer uma delas tenha sido no começo do terceiro trimestre (mais ou menos em setembro), ver uma foto nossa ser postada em comemoração ao ano novo e saber que minha cara foi cortada doeu. Doeu bastante. E foi a primeira vez que eu chorei em 2016.

Mentira. Chorei lendo Halo e vendo um episódio de The Flash. Mas foi a primeira vez em que motivo era pessoal.

E teria continuado a chorar, se eu não tivesse me lembrado que era para esse ano ser diferente. Era para eu me desapegar de coisas que já não me faziam bem algum, para respirar fundo e contar até 10 antes de sofrer sem razão, era para fazer ser melhor. Dessa forma, engoli o choro junto com uma frase importantíssima de As Vantagens de Ser Invisível e segui em frente. Isso depois de reclamar um pouquinho, é claro, porque a foto é nossa.

But because things change. And friends leave. And life doesn’t stop for anybody.
- As Vantagens de Ser Invisível, p. 145. Só que se procurarem no livro em português, ela obviamente estará traduzida.

É nóis, Charlie.

Um comentário:

  1. Eu amo esse livro. Minha citação favorita é dele, inclusive: we accept the love we think we deserve. Serve para você também. Você merece bem mais do que gente que corte sua cara na foto.
    Eu amo gatos e cachorros. sou 60% cachorros mas gatos também me conquistam. Sinto muito por essa gata não ser sua amiga. Nem essas garotas.
    But like u said, vida que segue. Pessoas vem e vão o tempo todo, é a realidade por mais que seja difícil de aceitar.
    Esse ano vai ser diferente, porque seremos diferentes.
    Te amo
    beijos
    feliz ano novo
    não chora

    ResponderExcluir

Cuidado com o palavreado.