sábado, 14 de maio de 2016

Síndrome de meio de ano

Fim de ano é o período em que a gente larga os bets e pensa "tá acabando mesmo, ano que vem eu tento de novo". Janeiro é o período em que a gente recuperar as forças pra tentar de novo. Em fevereiro está todo mundo bem, feliz, com ânimo pra viver e a mão de mudar a vida chega a tremer.

Esse pique de início de ano só dura, bom, no começo do ano. Porque lá por maio já está todo mundo cansado, com frio, cheio de dor nas costas e muito sono acumulado. Estudantes contam os dias pras férias de julho. Quem não estuda já chora esperando pelo próximo feriado. Mas ainda é cedo demais pra largar os bets, então a gente vai levando.

Eu nunca tive o hábito de estudar. Desde pequena sou acostumada a só reler o conteúdo um tempinho antes da prova e fé em Deus que é sucesso. Dependendo da matéria, quando me dá ânimo, eu até faço um resumão na noite anterior. Mas ter rotina de estudo? Nah. Não nasci pra isso.

Todo mundo passa por essa fase de não nasci pra estudar e leva um tapa na cara quando começa a sentir cheiro de ENEM e vestibular na sala de aula. Todo mundo está acostumado a empurrar com a barriga pro último dia e leva um choque de realidade quando, de repente, até o mais parceiro dos professores não consegue parar de falar do vestibular da Federal.

A gente entra no Ensino Médio pensando "tenho tempo". Passamos o 1º ano ouvindo "calma, ainda tem três anos". E a gente acredita nisso. Empurra com a barriga. Chegamos no 2º pensando "ainda tem esse e o próximo". Passamos um mês, talvez dois acreditando nisso. Mas lá por abril, a coisa muda de figura. É um tal de "não deixa pro terceirão", "estuda agora", "se for deixar pra última hora você não vai passar", "fazer um bom 2º ano é fundamental", "eu queria ter estudado mais no 2º", "estuda mesmo, eu to usando os resumos do ano passado pra estudar". Quê? Volta. Rebobina a fita. I didn't sign up for this.

Quando o bafo de onça do tal do vestibular bate na nossa cara, não tem despreocupado que não se preocupe. Não tem quem não faça competição pra ver quem estuda mais. Não tem quem você não encontre à tarde, nos plantões, porque ninguém tá sabendo de nada e tá todo mundo f. Desculpem pela expressão.

Eu nunca tive o hábito de estudar, apanhei de havaianas de pau já no primeiro trimestre e agora caiu a ficha que não dá pra empurrar com a barriga. Ano passado deu. Esse ano o número de recuperações que eu peguei no 1º ano inteiro está prestes a ser superado pelo número de recuperações em que eu estou agorinha.

Nunca tive o hábito de estudar, tive que aprender na marra e consegui sobreviver a semana estudando todos os dias. Digo, sobrevivi parcialmente. Porque já é maio, estou longe de poder largar os bets, mas as férias estão tão pertinho...

P.S.: O banner está como "Entrelinhei" mas o blog continua se chamando Entrelinhas. É que a lesa não percebeu o typo e esqueceu de avisar a designer. A vida tem dessas.

Um comentário:

  1. Força, moça! Passar no vestibular é só um obstáculo para superar. Depois é faculdade, pós-graduação, curso disso, curso daquilo, às vezes é um concurso público... Parece que a gente nunca para de estudar nessa vida.

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