Como a boa problematizadora que sou, simplesmente não podia deixar passar em branco a bola fora que a revista Veja deu nessa semana.
Para começo de conversa, você nem precisa ler o texto em si pra sentir que está sendo sugada até a Idade Média. O subtítulo da reportagem já traz uma bomba de ideais ultrapassados: "A quase primeira-dama, 43 anos mais jovem que o marido, aparece pouco, gosta de vestidos na altura dos joelhos e sonha em ter mais um filho com o vice".
Pera. Quê?
Antes de prosseguir para a problematização, vou deixar alguns trechos da reportagem para que reflitam comigo.
"Marcela se casou com Temer quando tinha 20 anos. O vice, então com 62, estava no quinto mandato como deputado federal e foi seu primeiro namorado."
"Marcela é uma vice-primeira-dama do lar. Seus dias consistem em levar e trazer Michelzinho da escola, cuidar da casa, em São Paulo, e um pouco dela mesma também (nas últimas três semanas, foi duas vezes à dermatologista tratar da pele)."
"Michel Temer é um homem de sorte."
Não vou envolver política no meio porque esse link cada um dá conta de fazer sozinho.
A reportagem inteira tenta vender Marcela Temer como a mulher perfeita. Recatada, dona-de-casa, casou jovem com o primeiro namorado que teve, preocupada com sua estética. Michel Temer é um cara de sorte de ter esse tipo de troféu dentro de casa.
Mas e se ela não quisesse ser assim?
E se ela gostasse de usar roupas mais extravagantes? E se gostasse de trabalhar fora, talvez na política como o marido? E se tivesse namorado 17 caras antes de encontrar o que ela finalmente julgasse perfeito para casar? E se ela não se importasse com estética?
Se Marcela Temer fosse diferente, Michel Temer não teria tanta sorte assim?
Não existe a mulher perfeita. Existe mulher de um jeito, mulher de outro, todas são perfeitas e todas são mulheres. Nenhuma é melhor que a outra. Nenhuma deveria ser mais como a outra. E nenhuma definitivamente deveria se sentir inferiorizada por não ser tão parecida com a outra.
A Veja pecou ao fazer um texto para vender uma imagem que a gente já deveria ter deletado há muito tempo. Mulher não presta só quando está em casa, só quando é dona-de-casa, só quando é o troféu perfeito. Mulher não é comida para prestar, para ter validade, para ter jeito de ser. Mulher é ser humano com sentimentos, com ambições, com consciência. E a mulher pode sim querer ser Marcela Temer, assim como pode querer ser Kim Kardashian, Maria Eduarda de Oms, Julia Souza, Rafaella Gonzales ou qualquer outra mulher de qualquer outro nome que você consiga pensar.
Mulher é como mulher quer e se você tá incomodado, faz um robô e configura ele pra ter as atitudes que você julga ideais.
E, pelo amor de Deus, deixa as mina.
Pera. Quê?
Antes de prosseguir para a problematização, vou deixar alguns trechos da reportagem para que reflitam comigo.
"Marcela se casou com Temer quando tinha 20 anos. O vice, então com 62, estava no quinto mandato como deputado federal e foi seu primeiro namorado."
"Marcela é uma vice-primeira-dama do lar. Seus dias consistem em levar e trazer Michelzinho da escola, cuidar da casa, em São Paulo, e um pouco dela mesma também (nas últimas três semanas, foi duas vezes à dermatologista tratar da pele)."
"Michel Temer é um homem de sorte."
Não vou envolver política no meio porque esse link cada um dá conta de fazer sozinho.
A reportagem inteira tenta vender Marcela Temer como a mulher perfeita. Recatada, dona-de-casa, casou jovem com o primeiro namorado que teve, preocupada com sua estética. Michel Temer é um cara de sorte de ter esse tipo de troféu dentro de casa.
Mas e se ela não quisesse ser assim?
E se ela gostasse de usar roupas mais extravagantes? E se gostasse de trabalhar fora, talvez na política como o marido? E se tivesse namorado 17 caras antes de encontrar o que ela finalmente julgasse perfeito para casar? E se ela não se importasse com estética?
Se Marcela Temer fosse diferente, Michel Temer não teria tanta sorte assim?
Não existe a mulher perfeita. Existe mulher de um jeito, mulher de outro, todas são perfeitas e todas são mulheres. Nenhuma é melhor que a outra. Nenhuma deveria ser mais como a outra. E nenhuma definitivamente deveria se sentir inferiorizada por não ser tão parecida com a outra.
A Veja pecou ao fazer um texto para vender uma imagem que a gente já deveria ter deletado há muito tempo. Mulher não presta só quando está em casa, só quando é dona-de-casa, só quando é o troféu perfeito. Mulher não é comida para prestar, para ter validade, para ter jeito de ser. Mulher é ser humano com sentimentos, com ambições, com consciência. E a mulher pode sim querer ser Marcela Temer, assim como pode querer ser Kim Kardashian, Maria Eduarda de Oms, Julia Souza, Rafaella Gonzales ou qualquer outra mulher de qualquer outro nome que você consiga pensar.
Mulher é como mulher quer e se você tá incomodado, faz um robô e configura ele pra ter as atitudes que você julga ideais.
E, pelo amor de Deus, deixa as mina.
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