terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Coisas que 2016 me ensinou


Quem mora no twitter ou faz visitas frequentes deve ter visto essa brincadeira rolando. Já é de praxe para nós, twitteiros, reclamar da vida e dos anos como se não houvesse amanhã, então é óbvio que uma corrente de positividade seria estranhada (e não muito difundida) na rede social.

Ainda assim, quando eu vi a brincadeira, resolvi aderir. Se estamos nessa vibe de fazer um ano positivo por conta própria, por que não começar refletindo de forma boa a respeito de 2016? 

O meu primeiro item envolve algo que prefiro contar de forma mais detalhada num post futuro (que sairá aproximadamente no dia 25/01, aguardem maiores informações). O segundo item foi o seguinte: 



Daí veio a ideia para o post. No meio de tanto tiro, porrada e bomba, quais flores 2016 me trouxe?

1. Aprendi a deixar para lá o que pode ser deixado para lá. 
Eu não gosto de engolir sapos. Não gosto quando algo me deixa desconfortável e eu sou impedida de falar a respeito. Gosto de desabafar mesmo, falar tudo o que eu estou sentindo na hora que acontece e resolver meus problemas com quem eles devem ser resolvidos.

O negócio é: eu sou assim. Eu, Maria Eduarda, resolvo tudo na conversa. Mas tem gente que não gosta. Tem gente que não toca em assuntos desconfortáveis, que não gosta de retomar situações que já acabaram, que engole sapos pelo bem da amizade por meio de brigar. Não é por maldade, é por ter mais paciência que eu e aguentar mais trancos que eu. E se as pessoas funcionam assim, quem sou eu para querer que elas mudem?

Então, esse ano eu entendi que não é preciso falar sobre tudo. Nem tudo é proposital para me incomodar, nem tudo é consciente e nem tudo que me incomoda incomoda aos outros. O negócio é refletir: estou magoada ou com o orgulho ferido? A conversa vai levar a algum lugar ou a uma briga? Vale o estresse? Se as respostas forem não, deixa pra lá. Melhor aprender a controlar meu gênio do que encher o saco de amigos por problemas que nem ao menos são problemas em primeiro lugar.

2. Crianças exigem paciência e disposição, mas elas são mil vezes mais sábias e abertas do que o resto de nós.
Trabalhei o ano inteiro com crianças (pré-adolescentes) na faixa dos 12 anos, e confesso que me surpreendi. Passado algum tempo ninguém lembra mais como é ter essa idade por se preocupar demais com as responsabilidades das novas idades, e, no fim, acabamos nos apegando aos "clichês" que os impacientes adultos repassam. Que crianças dessa faixa etária pensam que são mais inteligentes que todo mundo, que sabem o que é melhor pra elas, que são irritantemente insuportáveis e todo o resto.

Sinto informá-los, mas a verdade é que isso tudo é mentira. O pouco de insolência que cabe nessas criaturinhas ainda não é suficiente pra sobrepor todas as qualidades que eles têm. Eles são abertos a novas pessoas e novas possibilidades, aceitam mudanças com muita graça, têm uma quantidade enorme de amor dentro do peito e conseguem arrancar um sorriso de qualquer um. São barulhentos, falam que nem umas matracas e pegam intimidade no tempo que você leva pra piscar, mas te mostram um lado que você não encontra em jovem nenhum.

3. É mais fácil ser servido do que servir.
Esse item pode parecer meio óbvio, mas eu juro que a gente não percebe isso no dia a dia.

Nós estamos acostumados a deixar que os outros façam tudo por nós. Queremos que adivinhem o que sentimos, que falem o que queremos ouvir, que realizem nossos desejos e que não peçam nada em troca. Aceitamos amor de pessoas que nunca vamos amar porque é uma boa massagem no ego, recebemos presentes e favores sem intenção nenhuma de um dia retribuir simplesmente porque era conveniente, nos acomodamos em relações (não necessariamente amorosas) que não vemos futuro porque é simples, já que a pessoa está ali de todas as formas. Nós somos servidos todos os dias, mas raramente lembramos de nos colocar do outro lado.

É que, realmente, não é fácil estar do outro lado. Te garanto que não é simples amar aquelas pessoas mais difíceis, realizar tarefas sem que nos peçam ou que digam que precisam, fazer algo pela simples vontade de colocar um sorriso no rosto dos outros. Esse tipo de atitude não vem naturalmente, mas deveria, porque pessoas abertas a servirem fazem do mundo um lugar melhor.

(P.S.: pretendo explicar melhor a história do "servir" no post de Janeiro. Novamente, aguardem.)

4. Eu funciono melhor sob pressão, mesmo odiando ser cobrada.
Essa é menos espiritual e mais questão de autoconhecimento. Eu não sei fazer nada que não tenha uma data limite, porque se me deixarem solta para entregar quando for conveniente eu tenho dois extremos: faço tudo de uma única vez ou não faço nunca mais.

Isso é muito obviamente explícito aqui no blog. Quando estou inspirada, faço um texto por dia/semana, mas assim que a inspiração passa eu não dou as caras durante meses. Se houvesse algo me obrigando a escrever (aulas de redação, por exemplo, rs), gente, eu seria uma máquina de posts diários e atingiria a marca de 365 textos por ano facilmente. Mas ao definir o Entrelinhas como um passatempo, e não prioridade, eliminei qualquer possibilidade de manter uma rotina.

Só tenho rotina se valer nota.

5. Pessoas que não te dão valor não merecem permanecer na sua vida.
Esse é auto explicativo, mas foi com certeza uma das maiores reflexões que eu tive esse ano. Ninguém que não se esforce para estar na sua vida é ser uma presença constante merece sua atenção. Não corra atrás de quem não demonstra querer estar perto de você por "persistência" ou medo de estar sozinho. Ninguém vale tanto a pena assim.

A última, mas não menos importante, é a que mais me dá raiva nesse momento.

Ninguém soube promover Fallen e agora tá tudo errado nesse país. Uma sessão DUBLADA às 12h45? Sendo que estreou há duas semanas? Me economiza, por favor.


E vocês, quais lições tiraram desse tapa na cara apelidado de 2016?

2 comentários:

  1. Aprendi muita coisa nesse ano que passou, o principal foi aprender a me amar e não dar atenção a tudo que falam para mim e de mim. Afastei de mim muitas pessoas tóxicas e estou bem melhor.
    Menina Psicótica

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    1. A parte de me amar está sendo encaminhada, mas também tive essa percepção sobre pessoas tóxicas. Ninguém merece ter a energia sugada por gente que não tem luz própria!
      Beijão.

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Cuidado com o palavreado.